Phyrexia e eu

Vitoria Faria
2 min readDec 27, 2022

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Eu li com mais atenção o lore mais recente sobre Phyrexia de Magic the Gathering esses dias, confesso que fiquei impactada de maneira que não fico a muitos anos. É impressionante o quão hardcore e depressivo chega a ser, e como a ambientação maior em torno não é necessariamente super grimdark o tempo todo, o impacto só fica maior.

Deram um jeito de combinar tudo que é mais grotesco e perturbador dos borg e dos cenobitas em uma facção estupidamente OP e aparentemente imparável.

Acordou um sentimento em mim que eu achei que nunca ia sentir de novo, a sensação de sentir culpa legítima por um fetiche meu, que eu achei que tinha morrido depois da transição.

É interessante como alguns dos contos que os descrevem seguem quase beat by beat os pornôs de corrupção e dronificação que eu lia quando era mais nova, mas tirando tudo que é mais superficialmente prazeroso e sedutor e mantendo apenas o perturbador e grotesco, o que de certa forma só torna isso pior, pois mostra como isso ainda é extremamente atraente pra mim, nos dois papéis.

Oh shit oh shit oh shit (arte de Dominik Mayer)

Tanto a ideia de violar a agência de uma pessoa, mudando seu corpo, mente e alma para que se alinhe com seus objetivos, de uma forma tão completa que ela não consegue conceber ao menos querer questionar isso, quanto a ideia de ser a pessoa com a a agência violada é tão estupidamente excitante pra mim.

Eu sei que esses são fetiches comuns, e não é como se eu não soubesse que tinha eles, heck, a alguns sábados atrás eu basicamente fiz uma sessão de dronificação com uma pessoa.

Ainda assim, é interessante como uma leve mudada no framing e no que os dispara pode mudar a minha percepção deles.

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Written by Vitoria Faria

(ela/dela) - Súcubo dorky que gosta um pouco demais de jogos de mesa - Faz outras coisas na vida, mas raramente fala sobre elas - Travesti, sáfica e poliam

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