Endea — Conceito de Personagem
Eu sou o tipo de pessoa que, toda noite, antes de dormir, fica pensando em cenários de fantasia até pegar no sono, às vezes são cenários um tanto pornográficos envolvendo Os Novos Caça-Fantasmas (que eram novos em 1997, mas enfim), outras vezes são boas e velhas aventuras de Pathfinder mesmo (caso vocês de alguma forma não tenham notado, eu realmente gosto de Pathfinder).
Uma frequente protagonista desses cenários era uma maga suspeitosamente parecida com uma súcubo, que carrega uma livro enorme com a cara de Lamashtu pra lá e pra cá feito uma idiota mas que ainda assim consegue funcionar, até certo ponto, em um grupo de aventureiros. Ela não é a única protagonista dessas histórias, ela costuma ser acompanhada de uma paladina de Iomedae ruiva que eu com certeza subconscientemente baseei em uma certa paleontóloga, um guerreiro hobgoblin que está velho demais pra essa merda e tem um passado difícil e um orc bardo nômade do deserto que é tão gostoso e encantador quanto é reservado e sutil.
Espero um dia dar vida para cada um deles, mas a maga era especial pra mim, afinal ela era minha self-insert safada nessas histórias, e felizmente eu sou queer emocionada o suficiente pra entender que isso não é um problema, mas uma forma importante e divertida de auto-expressão.
Eventualmente, fui convidada para uma mesa de Strength of Thousands pelo sempre maravilhoso Max Kadmus e vi nisso uma chance de dar mais vida para a maguinha dorky demoníaca da minha imaginação, afinal estudar na Magaambya seria exatamente o que ela faria se tivesse a chance.
Endea nasceu em uma pequena cidade varisiana, filha de uma bruxa tão respeitada quanto temida na comunidade, e de uma súcubo, que em geral era só temida mesmo. Cresceu durante seus primeiros anos fascinada pelas lendas sobre a antiga magia thassilonica que um dia dominou a região, e assim resolveu dedicar sua vida a estudar as artes mágicas. Como não tinha o benefício de um patrono ou de magia inata como suas mães, tomou o árduo caminho de uma maga.
Um dia, um bando de aventureiros questionavelmente preparados passou na região depois de uma difícil campanha nas Terras das Sagas, cada um deles carregava uma bússola estilizada que despertou seu interesse. Aprendendo sobre a natureza da Sociedade Pathfinder, Endea sentiu o chamado de sua sede de conhecimento apertar e resolveu seguí-los em sua jornada pelo Mar Interior, até finalmente chegar em Absalom, onde recebeu seu tão desejado treinamento formal nas escolas dos Encantos e dos Escritos (ela também ia nas aulas da escola das Espadas, apesar de não ser particularmente boa nelas).
Assim, é natural que, como uma representante oficial da Sociedade Pathfinder na Magaambya, Endea se sente no melhor dos mundos, agora é ver se a mão dos dados do Max é pesada o suficiente para ela questionar isso.
Tendo essa maravilhosa “desculpa” eu fui falar com o Odmir Fortes para encomendar a arte dela (eu me questiono se quero ou não ser uma pessoa que precisa de uma desculpa para encomendar artes, temo gastar todo meu dinheiro com isso se não precisar).
O Odmir com certeza é o artista mais divertido de fazer uma encomenda que eu já conheci, ao mesmo tempo que ele escuta minhas instruções, ele tira umas ideias maravilhosas da raba que sempre me fazem questionar se eu não quero gastar mil reais com arte e pedir pra ele seguir com todas elas ao mesmo tempo, tendo isso em vista, me orgulho em dizer que a ideia das asinhas segurando coisas foi minha.
Com a arte finalizada, ele a postou no reddit e devidamente quebrou todos os nerdolas da região com a imagem de Lamashtu. Por um lado eu acho divertido que ela tenha despertado a velha discussão sobre seguidores de deuses malignos em facções boas, por outro, é engraçado ver tanta gente levando a arte da minha self-insert tão à sério.
Endea encontrou no seu culto “secreto” a Lamashtu (ela jura que ninguém consegue perceber) uma forma de lidar com e celebrar sua origem demoníaca, mas ela é distraída demais pela sua sede por conhecimento para realmente seguir à risca com ele, por mais que insista o contrário pra si mesma.
Seguiremos com a campanha e veremos qual direção ela vai tomar na vida, espero que seus caminhos de auto-descoberta sejam tão afortunados quanto os meus vem sendo na vida real.